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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Projeto Ressignificando o Espaço Escolar

INTRODUÇÃO
Este projeto de ação tem por objetivo dar um outro significado ao espaço escolar, tendo como referência a educação ambiental, sendo um caminho para novas aprendizagens e reflexão acerca do ambiente da qual pertencemos. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Thiago Würth, localizada no bairro Mathias Velho, município de Canoas, servirá como cenário para esta ação. Terá a turma de 1º Ano e suas famílias como público a ser sensibilizado e motivado para ações voltadas a transformação do meio em que estão inseridos.

Como ocorrerá esta ação? Partindo do projeto “Por uma Alimentação Saudável” já iniciado com a turma no mês de abril de 2011. Será construído um espaço verde interativo, possibilitando a aproximação das crianças com o ambiente como um todo, no sentido de pertencer e fazer parte. Paralelamente a este trabalho estudaremos sobre os alimentos e sua importância à saúde. Partiremos do pressuposto que cuidando de nosso corpo e mente, teremos condições para cuidar dos outros seres que estão ao nosso redor, enfim da natureza.


OBJETIVOS

Objetivo Geral
Construir uma concepção mais adequada de ambiente, através da construção de uma horta, ressignificando o espaço escolar, hábitos alimentares e, ao mesmo tempo, potencializar o sentimento de pertencimento na comunidade escolar.
Objetivos específicos:
Criar um espaço de educação ambiental dentro e fora da sala de aula.
Identificar as preferências alimentares dos alunos.
Promover um melhor entendimento sobre a importância de hábitos alimentares saudáveis.
Incentivar para a alimentação mais saudável.
PROBLEMA MOTIVADOR
A inexistência de um trabalho efetivo de educação ambiental voltado para as séries iniciais na Escola Municipal de Ensino Fundamental Thiago Würth.
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Para que eu pertença a um lugar primeiramente terei que me sentir fazendo parte dele e principalmente responsável por ele.
(…) somos pertencentes ao mundo físico, parentes de todos os seres vivos, mas ao mesmo tempo distanciados e estranhos a eles; somos profundamente enraizados em nossos universos culturais que ao mesmo tempo nos abrem e nos fecham as portas de outros possíveis conhecimentos. "(SÁ, 2005).


Em minha escola é comum observar lixo no chão, assim como nas ruas, arroios e rios. Somos responsáveis apenas pelo que somos “donos”? O restante não faz parte de minha responsabilidade?
Jogamos a sujeira de nossas casas na rua, pois minha cidade e responsabilidade estão somente do portão para dentro. Infelizmente é o que vemos diariamente.

“Pertencer, no sentido de identificar-se com um lugar ou um espaço, conhecer suas raízes, pode conduzir em direção à liberdade, autonomia, emancipação, a um sentido ontológico frente à vida, ao entorno, às pessoas. Nesta perspectiva, a construção do sentimento de pertencimento baseia-se no princípio da responsabilidade.” ( COUSIN, 2010).
Pensando a partir desta lógica, torna-se muito difícil, no mundo capitalista em que estamos inseridos, cultivarmos o sentimento de pertencimento. Atualmente vivemos em função do lucro. Não temos tempo para olhar para o outro, não podemos perder tempo, tempo é dinheiro. Precisamos perceber e viver a vida de outra maneira. De acordo com o pensamento de Cousin (2010), enquanto educadores (as) ambientais precisamos apostar “na potencialidade e na importância do planejamento e desenvolvimento de ações ambientais com o objetivo de possibilitar a compreensão do lugar, a partir das demandas existentes no contexto local, que sejam capazes de despertar o sentimento de pertencimento.”
É neste sentido que este projeto se fundamenta, no sentido de possibilitar que os alunos possam criar a partir da práxis um sentimento de pertencimento e que a Escola de Ensino Fundamental Thiago Würth seja vista de outra maneira pelos alunos, assim como os espaços em que ela está alicerçada.
Também me volto para o pensamento de Loureiro, baseado em Pelizzolo(2003:
[...] Educação Ambiental crítica, transformadora, socioambiental e popular se refere, enquanto práxis social e processo de reflexão sobre a vida e a natureza, contribuindo com a transformação do modo como nos inserimos e existimos no mundo, a uma única categoria teórico-prática estruturante: educação.
Penso que assim deverá se configurar o projeto que está se gestando, que tenha a educação como fonte estruturante. Que seja um projeto que desperte a mudança de comportamento e pensamento através da Educação Ambiental.
Paulo Freire (2000, p.66-67) completa esta reflexão dizendo que:
" Urge que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos mais fundamentais como do respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e das florestas. Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos, se não nos tornamos capazes de amar o mundo. A ecologia ganha uma importância fundamental neste fim de século. Ela tem de estar presente em qualquer prática educativa de caráter radical, crítico ou libertador[...]."
Espera-se que este projeto de educação ambiental, mesmo não sendo grandioso, no sentido de abrangência, possa ser um caminho inicial concreto ao possibilitar a reflexão de todos os envolvidos, trazendo para dentro da escola a amorosidade que tanto Paulo Freire ressaltava. Que todos possam “amar o mundo”, uns aos outros, sendo cuidadosos e responsáveis por todos os seres vivos que estão ao seu redor.
METODOLOGIA
6.1-Abordagem metodológica;
PESQUISA-AÇÃO
Caráter participativo (interação entre pesquisadores e membros da situação investigada)
Produz uma ação planejada sobre os problemas detectados
Requer legitimidade dos diferentes atores e convergência de interesses
Não se limita a descrever uma situação. Gera acontecimentos ou resultados que
podem desencadear mudanças
6.2-Sujeitos envolvidos;
Comunidade escolar da Escola Municipal de Ensino Fundamental Thiago Würth.
6.3-Instrumentos e indicadores;
Incentivar hábitos alimentares saudáveis; promover palestras sobre alimentos e o cuidado com o meio ambiente; construção de horta e sua importância etc.
6.4-Atividades a realizar para coletar informações
Questionário, observação, visita, diário, pesquisas científicas, conversas informais.
6.5-Metodologia de trabalho/ação
Primeiramente será investigada, pesquisada e estudada dentro da sala de aula a importância de uma alimentação mais saudável para o corpo e a origem dos alimentos. Realizaremos pesquisas sobre alimentos saudáveis e não-saudáveis. Analisaremos embalagens. Incluiremos em nossa alimentação diária frutas, verduras e legumes. Aprenderemos receitas saudáveis.
CRONOGRAMA
O projeto terá início no dia 20/06/2011 com as seguintes atividades.
Jun
Jun
Jul
jul
Ago
Ago
Ago
Ago
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Set
Set
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Atividades
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Apresentação
do projeto
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Visita a Usina de Reciclagem
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Visita a horta comunitária
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Palestra sobre alimentação saudável
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Construção de mini compostagem
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Início da construção da horta
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Plantio de plantas medicinais
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Receita saudável
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Plantio e cuidado da horta
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Diário
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RECURSOS
RECURSOS HUMANOS
Alunos e pais do 1º Ano D;
Professores da escola;
Alunos e professores do Programa Mais Educação;
Voluntários.
RECURSOS MATERIAIS
Ferramentas (Pá, enxada, baldes, etc)
Sementes e mudas de plantas;
Insumos agrícolas;
Manual com data para o plantio de sementes;
Câmara digital;
Livros e filmes infantis.
RECURSOS FINANCEIROS
Apoio financeiro dos pais, escola e próprio. Haverá uma tentativa de requerer, junto a Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Educação, apoio financeiro para a compra de insumos agrícolas e sementes.
REFERÊNCIAS
COUSIN, Cláudia da Silva. Pertencimento Ambiental. In: Pertencer ao navegar, agir e narrar: a formação de educadores ambientais. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande, FURG, 2010. Tese de doutorado.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
LOUREIRO, Carlos Frederico. "Trajetórias e Fundamentos da Educação Ambiental", intitulado "Fundamentos da Educação Ambiental: retomando o debate” São Paulo: Editora Cortez, 2004, (páginas 19 a 58);
SÁ, Laís Mourão. Pertencimento. In: FERRARO JR., Luiz Antônio. Encontros e caminhos: formação de educadoras (es) ambientais e coletivos educadores.Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, v. 1, p. 247-256.

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